Lavra a céu aberto: tudo o que você precisa saber sobre a NRM 02

De acordo com o Código de Mineração, entende-se por lavra o conjunto de operações coordenadas que têm por objetivo o aproveitamento industrial da jazida, desde a extração das substâncias minerais úteis que contiver, até o beneficiamento das mesmas. Essa atividade pode ser classificada como lavra subterrânea ou lavra a céu aberto.

Neste post trataremos da NRM 02, a norma que regula o planejamento e desenvolvimento da lavra a céu aberto.

As Normas Reguladoras de Mineração – NRM têm por objetivo disciplinar o aproveitamento racional das jazidas, considerando-se as condições técnicas e tecnológicas de operação, de segurança e de proteção ao meio ambiente, de forma a tornar o planejamento e o desenvolvimento da atividade minerária compatíveis com a busca permanente da produtividade, da preservação ambiental, da segurança e saúde dos trabalhadores.

O QUE É?

A lavra a céu aberto ocorre quando são identificados depósitos de rochas ou minerais em profundidade relativamente pequena em relação à superfície.

Esse método extrativo não requer a perfuração de túneis, que caracterizam a mineração subterrânea. Esses recursos minerais, geralmente, são explorados até o esgotamento ou quando a extração torna-se economicamente inviável em razão do volume.

MÉTODOS DE LAVRA A CÉU ABERTO

Os principais métodos de lavra a céu aberto são:

  • lavra por bancadas;
  • lavra em tiras ou fatias e
  • lavra de pedreiras.

O método de lavra por bancadas é aplicado em camadas horizontais próximas à superfície. As bancadas são desenvolvidas de cima para baixo, até se atingirem os limites finais dos corpos mineralizados mais profundos. Neste caso, o estéril é removido formando uma pilha próxima ao local de extração do minério ou até na própria cava, facilitando a recuperação ambiental da área.

A lavra por bancadas é utilizada principalmente em depósitos de minérios metálicos.

O método de lavra em tiras é o mais aplicado em depósitos tabulares ou com camadas horizontais com pouca espessura de capeamento. Propicia grande escala de produção, proporcionando até menor custo operacional e maior produtividade do que a lavra por bancadas em certas circunstâncias.

O estéril é retirado das camadas superiores e depositado dentro dos cortes formados nas etapas anteriores da lavra.

Desta forma, os impactos ambientais são menores, por serem depositadas quantidades menores de estéril na superfície. Esse método é comumente utilizado na extração de bauxita, fosfato e carvão.

Já a lavra de pedreiras é o método adotado para produção de rochas ou minerais para uso direto na construção civil, como pedras para revestimento e britas em geral. As pedreiras geralmente são menos profundas do que outros tipos extração mineral.

O estéril gerado pela movimentação de terra necessitam de tratamento específico para evitar contaminação com o solo e a água.

CONTROLE TOPOGRÁFICO E GEOTÉCNICO

A geometria da cava, pilhas e de outras estruturas devem ser atualizadas semestralmente ou em maior periodicidade, a critério da Agência Nacional de Mineração – ANM, em conformidade com o ritmo de avanço previsto no Plano de Lavra, o qual deve ser mantido na mina, bem como a documentação topográfica pertinente, para exame por parte da fiscalização.

Plantas de controle geológico da mina devem ser atualizadas semestralmente, revendo-se com frequência todos os aspectos ligados à estabilidade das estruturas.

A mina deve possuir obrigatoriamente um acervo de plantas que, em conjunto, contemplem, no que couber, os seguintes itens:

  • os limites das concessões;
  • os perímetros das cavas e sistemas de disposição;
  • limites das faixas de segurança;
  • ângulos laterais das faixas de segurança;
  • limites da área de mineração;
  • dados referentes à espessura do minério ou das camadas mineradas;
  • os contatos geológicos dos diferentes cortes na cobertura e no minério;
  • cotas nos pontos significativos como no limite superior e inferior dos cortes na cobertura e no minério, em distâncias inferiores a 200m (duzentos metros);
  • áreas revegetadas;
  • falhas e diques interceptados e
  • delimitação das áreas de risco e de influência da lavra.

 

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