Quem é a empresa saudita que está apostando alto no setor minerário brasileiro

Na semana passada, a MA’Aden, empresa saudita fundada em 1998 com o objetivo de desenvolver o setor minerário da Arábia Saudita, confirmou um investimento significativo no setor minerário brasileiro, podendo se tornar uma grande concorrente das empresas canadenses e australianas que, atualmente, dominam o esse setor no Brasil.

A MA’Aden está entre as 10 principais empresas de mineração do mundo e continua buscando expandir seus negócios. Em 2025, a empresa planeja abrir um escritório em São Paulo, além de fazer um investimento de R$ 8 bilhões em pesquisa mineral no Brasil.

O anúncio foi feito na última terça-feira (14), na abertura da quarta edição do Future Minerals Fórum, em Riad, pelo ministro brasileiro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

Por que as empresas buscam o Brasil para investir em mineração?

Como já mencionado, o Brasil está na mira de grandes empresas canadenses e australianas. Agora, com o investimento da MA’Aden, a Arábia Saudita também entra na disputa. Mas você sabe o porquê dessa procura?

Cinco fatores estão entre os mais importantes: riqueza mineral, mercado global, segurança jurídica e regulamentação, infraestrutura estratégica e oportunidade de expansão em ESG.

O Brasil é um país com proporções continentais. Mas, além de grande, o território possui uma vasta reserva de minerais estratégicos, como ferro, ouro, lítio, nióbio, bauxita e terras raras. Esses minerais, além de serem essenciais para indústria global, também podem fazer toda a diferença na transição energética mundial.

Mas ser rico em minerais não é o suficiente. Na verdade, o país é um dos maiores exportadores de minério de ferro do mundo, o que ajuda a consolidar sua presença no mercado global, transformando o Brasil em uma peça chave para a transição energética.

Além disso, a legislação mineraria brasileira, especialmente o Código de Mineração e a atuação da Agência Nacional de Mineração (ANM), é o que oferece estabilidade e previsibilidade para os investidores nacionais e internacionais. Sendo assim, essa segurança se torna essencial para investimentos de longo prazo.

Outro fator que impulsiona a presença de empresas internacionais no mercado brasileiro de minério é a infraestrutura estratégica. Isso porque o Brasil conta com portos, ferrovias e redes de logísticas que facilitam a exportação desses minerais.

Por último, mas não menos importante, a demanda por operações minerais sustentáveis e alinhadas aos padrões globais de governança ambiental e social ajuda a atrair empresas interessadas em liderar práticas inovadoras no setor.

O que esperar do setor em 2025

Se você está pensando em investir no setor mineral em 2025, veja o que esperar:

  1. Transição Energética como Impulsionador: O setor deve focar na extração de minerais como lítio, grafite, cobalto e ETR’s, fundamentais para baterias e tecnologias verdes, com o Brasil se consolidando como um fornecedor estratégico.
  2. Avanços Tecnológicos: Maior adoção de automação, inteligência artificial e geoprocessamento, que podem reduzir custos operacionais e aumentar a produtividade.
  3. Regulação Rigorosa e ESG: Investidores e mineradoras precisarão atender a padrões ambientais e sociais mais elevados, criando novas oportunidades para empresas que liderarem em sustentabilidade.
  4. Investimentos e Parcerias: Com a recuperação da economia global, espera-se um aumento em fusões, aquisições e joint ventures no setor, com destaque para minerais críticos e projetos de exploração em áreas subaproveitadas.
  5. Desafios e Soluções Jurídicas: Questões fundiárias e de licenciamento ambiental continuarão exigindo uma abordagem proativa, com geólogos minerários desempenhando papel essencial na viabilização de projetos.
  6. Valorização do Mercado Interno e Exportação: A mineração seguirá como uma das principais bases econômicas do país, com exportações robustas e maior atenção ao mercado interno para a verticalização de cadeias produtivas.
  • Informações técnicas: Thiago Carvalho, colaborador Ígnea
  • Por: Karoline Calumbi, colaboradora Ígnea

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