Em um marco significativo para a região, a comunidade indígena Mura, composta por 36 aldeias e cerca de 12 mil membros, localizada a 112 quilômetros da capital, decidiu apoiar o Projeto Potássio Autazes durante uma Assembleia Geral realizada nos dias 21 e 22 de setembro.
Esse evento histórico, que envolveu líderes indígenas do município, foi apresentado ao governador Wilson Lima em uma cerimônia realizada na segunda-feira, 25 de setembro, na sede do Governo do Amazonas.
A Potássio do Brasil, empresa responsável pelo projeto, foi convidada a participar tanto da Assembleia quanto do evento de apresentação, que contou com a presença de deputados, secretários estaduais e o presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), órgão responsável pelo licenciamento ambiental do projeto.
De acordo com o governador Wilson Lima, o apoio da comunidade Mura é crucial não apenas para o desenvolvimento de Autazes, mas também para o estado do Amazonas como um todo, abrindo a perspectiva de uma nova matriz econômica para a região.
“A exploração do potássio em Autazes representa um passo fundamental para estabelecer uma nova base econômica no Amazonas. Nós temos a Zona Franca, que é importante, e avançamos no gás natural. Agora, o próximo passo é a questão do potássio”, enfatizou Wilson Lima.
José Cláudio dos Santos Pereira, coordenador geral do Conselho Indígena Mura (CIM), entregou ao governador um ofício e um relatório da Assembleia Geral que destacam a importância do projeto para o futuro econômico de Autazes e do Amazonas. Ele enfatizou o compromisso da comunidade Mura em cooperar com a Justiça Federal e respeitar o IPAAM como o órgão licenciador.
Impacto do Projeto Potássio Autazes
Adriano Espeschit, presidente da Potássio do Brasil, ressaltou a relevância global da produção de potássio, um insumo essencial para fertilizantes agrícolas. O Brasil atualmente depende da importação desse mineral.
“Este é um novo capítulo para Autazes, o Amazonas, o Brasil e, por que não dizer, para o mundo. A segurança alimentar global depende dos fertilizantes para a agricultura e para combater a fome. Este projeto é estratégico para eliminar a fome no mundo. Vamos avançar no processo de licenciamento e na implementação do empreendimento em Autazes”, declarou Espeschit.
Além das lideranças indígenas e da equipe da Potássio do Brasil, estiveram presentes no encontro com o governador os deputados estaduais Roberto Cidade, presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, Sinésio Campos, Felipe Souza e Delegado Péricles.
Também marcaram presença os secretários estaduais de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Serafim Corrêa; de Mineração, Gás e Energia (Semig), Ronney Peixoto; o secretário-chefe da Casa Civil, Flávio Antony; o diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), Juliano Valente; e o prefeito de Autazes, Andreson Cavalcante.
O Potencial do Projeto
O Projeto Potássio Autazes tem o potencial de produzir aproximadamente 20% do consumo anual de potássio do Brasil, totalizando 2,2 milhões de toneladas por ano. A Potássio do Brasil já possui um projeto pronto para iniciar a construção da estrutura de exploração em Autazes, que atualmente está em fase de licenciamento ambiental. O investimento estimado é de US$ 2,5 bilhões, com uma vida útil prevista para o projeto de 23 anos.
Fonte de Notícia: Brasil Mineral